terça-feira, 27 de janeiro de 2015

Give us a Tune, Piper!

Hoje faz70 anos da libertação de Auschwitz e muito se leu e ouviu a respeito da memória desse triste episódio da humanidade. A Segunda Guerra nos deu muitas histórias tristes mas também histórias de grande bravura e coragem, e aqui vai uma delas que tem tudo haver com nosso empoeirado e melhor blog de Celtic Rock da América Latina.
Alguns soldados empunham fuzis, outros, bagpipes
O nome do herói é William ''Bill'' Millin e sua bravura lhe rendeu uma estátua em sua homenagem em Colleville-Montgomery, na Normandia. O Dia era 6 de junho do ano de 1944, o local era Normandia e, vestindo um antigo kilt de seu pai, que o havia usado na Primeira Grande Guerra, William Millin tinha só tinta 21 anos de idade e sua gaita de fole em punho diante dos tiros de fuzil na resistência alemã.
Em Normandia Millin se viu dentro d'água marchando em direção à praia em meio as balas alemãs. O soldado ao seu lado logo foi baleado no rosto, e boiou no mar à sua frente. Esse foi o primeiro de muitos a cair envolta dele. Enquanto soldados corriam e desesperadamente cavavam trincheiras, Millin calmamente andava pelo fronte entoando clássicos. Muitos soldados, ao ouvir a gaita, acenavam e comemoravam - mesmo que uns ou outros o chamassem de "Mad Man". Na guerra onde os homens carregavam fuzis e metralhadoras, a arma de Millin era sua gaita, que cuidadosamente carregou sobre a cabeça até alcançar terra. Millin contou depois que conversou com snipers alemães capturados no front e eles afirmaram que não atiraram nele porque pensavam que ele era louco.
Sua estátua em Colleville-Montgomery, FR
Já naquela época uso de gaitas de foles era restrita a áreas de retaguarda pelo exército britânico.
Quando Millin questionou isso ao eu superior, citando os regulamentos, Lord Lovat respondeu: "Ah, mas isso é o Ministério da Guerra Inglês você e eu somos ambos da Escócia, logo isso não se aplica".
Foi ao comando de Lord Lovat, o Chefe do clã Fraser e brigadeiro de 2.500 homens, que Bill iria cravar seu nome na história, Lovat encarregou o jovem soldado a tocar uma música para inspirar os homens em batalha disse o Lord Lovat. "Dêem-nos Highland Laddie, soldado." 
 "The Road to the Isles" foi outra música que manteve o espírito forte da tropa enquanto Bill entoou em sua gaita em meio a batalha em Sword Beach. 
Naquele mesmo dia Millin e sua unidade marchariam   6.5 km continente adentro até um ponto estratégico para os alemães conhecido como Pegasus Bridge. A tomada de Pegasus Bridge foi vital para a virada na batalha contra Hitler e os aliados. Inclusive, a certa altura da conquista de Pegasus Bridge Millin parou para tocar "The Nut Brown Maiden" a pedido de uma menina ruiva que apareceu na porta de sua casa em uma fazendo que os soldados estavam atravessando.
Reunião dos 35 anos de tomada da Normandia
De acordo com Millin, os piores momentos era quando ele estava entre os feridos, quando se sentia inútil enquanto andava entre eles e tocava incansavelmente sua gaita. Ainda sim, um dos sobreviventes relatou que nunca esqueceria o choro da gaita de Millin. "É difícil de descrever o impacto que ele tinha. Assim como o orgulho que sentimos, aquilo nos lembrava nossa casa e o porque estávamos lá lutando por nossas vidas e pelos daqueles que amávamos".
Piper 'Bill Millin fica um lembrete da bravura e sacrifício feito por pessoas comuns em tempos extraordinários. Ele mesmo não se considerava um herói: "Eu tive muita sorte". E quando disseram que ele seria lembrado com honrarias, retrucou rapidamente " Se eles lembrarem do bagpiper, eles não vão esquecer daqueles que lutaram e caíram".
No final das contas, Millin doou sua única arma, a gaita, ao Museu Nacional da Guerra, em Edinburgh. Ele faleceu em 17 de Agosto de 2010, aos 88 anos.

He gave us the tune!



(esse  foi para o nosso Ponchião louco que passa mal com Black Tartan Clan)

Para mais informações:


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