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| Alguns dos membros fundadores |
A nossa história hoje começa no meio do século
XIX. Desde o ato de união de 1800 a Irlanda fazia parte do Reino Unido e
diversos grupos lutavam por sua independência com geralmente uma tendência republicana
e anti-monarquista. Talvez o grupo mais famoso fosse a Irmandade Republicana
Irlandesa (Irish
Republican Brotherhood).
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| Irlandês mostrando seu amor a Inglaterra |
Também conhecido por IRB ou como Irmandade Feniana (Fenianos
foi um grupo de guerreiros míticos da literatura irlando-escocesa da idade
média). O grupo foi fundado por John O'Mahony, foragido nos Estados Unidos
desde a jovem rebelião irlandesa de 1848 (ano onde diversas revoluções populares
eclodiram na Europa, período conhecido como “primavera dos povos”). O’Mahony
organizava grupos de imigrantes irlandeses em Boston e conduzia planos de uma
revolta popular irlandesa republicana contra a monarquia britânica. O grupo
tinha obviamente status de proibido pela coroa inglesa.
A polícia britânica mantinha o cerco apertado aos
apoiadores do IRB na Irlanda e diversas prisões e confrontos com a polícia
ocorreriam. Os prisioneiros eram levados para a Austrália que na época servia
como colônia presidiária britânica.
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| Boyle O'Reilly |
Um dos fenianos presos foi Boyle O'Reilly, preso em 1868,
porém O’Reilly conseguiu escapar em 1869 em um navio baleeiro e se estabeleceu
em Boston, trabalhando como editor do jornal “The Pilot”, um jornal clerical
católico para irlando-descendentes nos EUA. Durante o ano de 1869 diversos
outros fenianos receberam perdão da coroa com a condição de nunca mais voltar à
Irlanda. Os Estados Unidos por ser um país democrata, falante de inglês e ex-colônia
britânica geralmente era a escolha dos refugiados.
Porém um pequeno grupo de fenianos continuou preso na
Austrália. A Irmandade Feninana começou a traçar um plano para resgata-los e
foi o feito de O’Reilly que inspirou o grupo. O plano era comprar um navio
baleeiro, o Catalpa, por 5 mil dólares. Navegar com carga legítima até os
açores e então zarpar para o oeste australiano e recuperar os prisioneiros. Esperando
com o Catalpa em aguas internacionais enquanto um pequeno barco resgataria os
prisioneiros em terra.
Antes de o barco chegar, dois agentes fenianos foram disfarçados
para a Austrália e organizaram um plano de fuga com os prisioneiros. Eles
também pagaram cinco locais para cortar as linhas de telégrafo atrasando assim
a resposta à fuga. Em 17 de abril os seis fenianos conseguiram fugir da prisão
e correram 50km rumo a praia, onde um barco a remo os esperava. Um dos locais
percebeu o que estava acontecendo e rapidamente alertou as autoridades. O
pequeno navio sofreu com forte chuva e quase não conseguiu sobreviver à noite.
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| SS Georgette |
Às 7 da manhã os prisioneiros avistaram o navio a vapor SS
Georgette que estava sendo comandado pelo governador da colônia. Os
prisioneiros deitaram no navio a remo e conseguiram passar despercebidos pelo SS
Georgete, que depois de perseguir o Catalpa por horas, teve de voltar para
terra para reabastecer.
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| Monumento "Gansos Voadores" |
Depois o barco ainda foi avistado por uma frota policial,
que entrou em corrida até chegarem ao Catalpa, com o barco chegando primeiro e
o barco policial sendo obrigado a voltar para praia. Depois o SS Georgette
voltou fortemente armado e exigiu que o capitão do Catalpa entregasse os
prisioneiros, dando um tiro de aviso com bala de canhão em direção ao navio.
O capitão então hasteou a bandeira americana e avisou que
se outro disparo fosse feito, seria entendido como um ato de guerra. O Navio então
continuou seu caminho a Boston onde os prisioneiros foram soltos.
O ato virou um símbolo da luta irlandesa por independência
e fim da monarquia. Diversos livros foram lançados com dados detalhados sobre o
feito, memoriais e até mesmo o Real Mckenzies fez uma música sobre o ocorrido.
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