sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Tommy Macpherson, "O Assassino de Kilt"


A Segunda Guerra é mesmo uma grande fonte de histórias fantásticas. Após a história que contei de Mad Jack e do William ''Bill'' Millin que foi contado pelo William, gostaria de falar de mais um celta maluco que fez história nos confrontos armados, Col. Sir Tommy Macpherson. Ou como é conhecido, “Kilted Killer” (Assassino de Kilt).

Batalhão de Highlanders com seus uniformes
Nascido em Edimburgo na Escócia em 1920, Tommy começou a carreira militar em 1939 ao entrar na divisão escocesa da infantaria real da Rainha que existia no período chamado de “Queen's Own Cameron Highlanders”.

O batalhão serve a uma tradição escocesa de guarda real e os uniformes consistem em kilts com o tartan (padrão de linha e cores) de "Cameron of Erracht". Tommy ficaria no batalhão até 1940 após ser transferido para o batalhão Commando (explicado na história de Mad Jack) porém com um pequeno detalhe. Macpherson manteria nos Commandos, seu uniforme tradicional, incluindo o kilt.

Tartan de Cameron of Erracht
Tartan de Cameron of Erracht
Assim como Mad Jack, os feitos mais famosos de Kilted Killer foram os de sabotagem e táticas de guerrilha na França ocupada. Ao ser enviado para um grupo de resistência na França, Tommy chega de paraquedas usando seu uniforme antigo com kilt (geralmente usado sem cuecas por baixo, aterrissando de paraquedas... não deve ter sido uma boa visão para quem tá em baixo). Tommy diz que após sua chegada ele pode ouvir um soldado francês falando a um superior: “Chefe, chefe. Um oficial Francês acaba de chegar e trouxe consigo sua esposa” pela confusão com o kilt de Macpherson (ou talvez por não saber como mulheres se parecem).

Tanque Panzer da SS
Entre seus feitos temos o de atrasar a frota 2nd SS Panzer Division Das Reich, divisão de tanques de elite da Alemanha nazista ao minar a estrada e as árvores ao redor. Capturado por italianos no Egito, Tommy aprendeu italiano e tentou fugir 7 vezes, sendo a última bem sucedida. Com um pequeno grupo de soltados conseguiu render e aprisionar 300 soldados alemães e 100 membros da milícia francesa pró-nazista em um túnel.

Cruz de Lorena
A confiança em si mesmo era tamanha que ele decidiu passear com um Citroen preto com a bandeira inglesa (Union Jack) de um lado e a Cruz de Lorena (símbolo patriótico francês) pela França ocupada apenas para irritar os oficiais alemães. E conseguiu, sendo colocada sua cabeça a prêmio por 300,000 francos.

Porém, a ação definitivamente mais insana do Kilted Killer foi dirigir uma van da cruz vermelha alemã capturada, em companhia de um doutor alemão e um oficial francês pelas linhas inimigas até um quartel general alemão, vestido completamente com seu uniforme real com kilt e obrigar o General Botho Henning Elster a render 23,000 homens e 1,000 veículos as forças aliadas sobre a ameaça de chamar a Força Real Aérea britânica para explodir todo o lugar. Tudo não passava de um enorme blefe... e o general acreditou se rendendo!

Nos últimos anos de guerra fria, as frentes orientais comunistas da União Soviética e da Iugoslávia que também lutavam contra a Alemanha nazista já haviam avançado terreno na Itália, que também estava sendo defendida pelos Ingleses. Apesar de serem aliados, Tommy interviu em favor de líderes católicos contra partisans soviéticos e impediu que o General Tito conquistasse parte da Itália para si. Tendo sua cabeça posta a prêmio tanto por nazistas como por comunistas.

Após a guerra Tommy continuou sua carreira militar tornando-se coronel e comandante da Ordem do Império britânico. Morreu ano passado em 6 de Novembro de 2014.

Kilted Killer e suas condecorações

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